No Grupo de Pesquisas Humanidades Digitais, tivemos diversos projetos apoiados pelo programa Aprender com Cultura e Extensão, da Pró-reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP, desde 2011 – nas áreas de Ciência da Informação e Descrição de Documentos, e de Tradução. Neste ano, estaremos presentes no 3º Simpósio Aprender com Cultura e Extensão com a apresentação de mais um projeto apoiado pelo Programa. Convidamos a todos os amigos do blog para este evento!
“O Programa Aprender com Cultura e Extensão tem a finalidade de fomentar as ações de cultura e extensão, por meio da interação das atividades de pesquisa do corpo discente da graduação, em projetos, de forma a contribuir para a sua formação. O 3º Simpósio Aprender com Cultura e Extensão, a ser realizado pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, acontecerá nos dias 08, 09 e 10 de outubro de 2013, no Auditório da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto, sito à Av. Bandeirantes, 3900, Monte Alegre, Ribeirão Preto, tendo como objetivo divulgar e avaliar as apresentações orais e os pôsteres dos projetos de cultura e extensão desenvolvidos na edição de 2012/2013, proporcionando um espaço de troca de experiências entre todos os envolvidos, que debaterão questões de cultura e extensão no âmbito da Universidade de São Paulo.” Leia mais em: http://prceu.usp.br/simposio/.
O I Seminário em Humanidades Digitais no Brasilpropõe uma reflexão em torno da relação entre as humanidades e as tecnologias digitais na atualidade, lançando o debate sobre as “Humanidades Digitais” na comunidade de pesquisas brasileira.
Uma iniciativa do Grupo de Pesquisas Humanidades Digitais (HD.br), o Seminário conta com o apoio da Alliance of Digital Humanities Organizations (ADHO), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), e da Pró Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo (PRCEU).
O evento pretende reunir pesquisadores e interessados em explorar e interrogar a produção, a organização e a difusão da informação no meio digital.
Para isso, o painel de convidados do evento congrega nomes importantes do campo internacional das Humanidades Digitais e membros da comunidade de pesquisa brasileira com projetos nas áreas de formação de bibliotecas digitais, tecnologias de texto e de processamento da linguagem, ou as tecnologias de georeferenciamento aplicadas na área de história, discutindo suas implicações na produção e difusão do conhecimento.
Data: 23, 24 e 25 de outubro
Local: Auditório István Jancsó, Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, Universidade de São Paulo
Flicker – Fotopedia Vincent Desjardins 06 jul 2010
O ambiente digital da atualidade opera transformações em diversos âmbitos e aspectos. A noção de autoria, por exemplo, dificilmente se verá livre de todas os questionamentos que sobre ela se erigem em praticamente todas as discussões e todos os debates, acadêmicos ou não.
A polêmica em torno dos paradigmas ‘livre’ e ‘aberto’ também promovem acaloradas defesas de pontos de vista. Paralelamente a isso, o conceito de disseminação da informação e da produção de conteúdo encontra inflamados defensores e opositores.
Outras fervilhantes discussões poderiam ser facilmente apresentadas neste breve introito, no entanto uma específica parece despontar, aquela a que o título da matéria do New Yorker faz referência: O que significa ‘possuir’ um livro? E por ‘possuir’ entenda-se ‘ter como propriedade’.
Essa discussão se desenrola porque foi lançado um aplicativo, Oyster, que permite que a leitura seja feita em conjunto, ou seja, é possível ler um texto em rede e fazer comentários e outros usuários terem acesso a esses comentários on-line e responderem. Uma espécie de rede social literalmente dentro do texto, é como se este engendrasse aquela interação, aquele contato, aquela troca.
Primeiramente questionamentos – como: A leitura não é um processo que se realiza em um momento de solidão e reflexão a sós? Cognitivamente o que significa ‘compartilhar’ e ‘compartilhar sem processar impressões e reflexões oriundas da leitura’? e etc – surgem evidenciando todo o potencial de interatividade que a tecnologia oferta e promete, que é muito promissor mas que diluirá fronteiras e processos que edificaram e construíram a maneira de se solidifcar o conhecimento, dentre eles a leitura em voz baixa em ambiente silencioso e reservado. Essa imagem mental se mostra distante e obsoleta, mas não podemos nos esquecer de que esta foi a forma como se instituíram as bases do conhecimento de muitas áreas da ciência. O ambiente da interatividade global é um advento relativamente recente, claro está que havia interatividade com pares da mesma área, mas como hoje ocorre, parece inimaginável há algumas décadas atrás. Especialistas em diferentes momentos de suas carreiras e amadurecimento intelectual interagem incessantemente com leigos, nos mais variados contextos.
É interessante notar que, atualmente, o que parece nortear o desenvolvimento de muitos aplicativos é a interatividade, a interação, a exposição necessária daquilo que se faz. E isso embassa a noção de pertencimento, empréstimo e aquisição pelo fato de que, no caso deste aplicativo, paga-se uma taxa mensal e os usuários podem recomendar e compartilhar livros que estão lendo. Por um lado, todos estão influenciando a leitura de todos, sendo que segundo a matéria, esse aplicativo não foi elaborado para quem não estiver interessado nesse compartilhamento. Por outro lado, a circulação de ideias e conhecimento adquirirá uma dinâmica nunca antes imaginada. Assim como a leitura.
Considerando principalmente o quanto a noção de conteúdo passível de ser disseminado também sofrerá transformações em seus paradigmas definitórios, interessante serão futuras pesquisas sobre memória e recepção.
Em um mundo, que durante muito tempo, se definiu por suas fronteiras, barreiras e singularidades, hoje é possível ter a impressão de que isso se diluirá até que passe a não mais existir, pelo menos no plano da interatividade em ambiente digital.
Flickr – Christopher Thompson – 17 de agosto de 2011
Por mais difícil que seja concretizar tal projeto, digitalizar livros se transformou em uma verdadeira demanda nos dias de hoje, que precisa ser rapida e eficientemente atendida, pelos mais variados motivos e razões.
Como dar conta de um projeto de dimensões hercúleas como esse? Como digitalizar acervos inteiros de bibliotecas, universidades, institutos públicos e privados, coleções particulares e etc? Claro está que haverá poucos problemas em digitalizar livros novos, reeditados recentemente, que por questões de direitos autorais, não poderão ter seu conteúdo plenamente divulgado em sua totalidade. A questão recai, então, sobre livros e materiais antigos, muitas vezes raros, de difícil leitura, não contemplados pelas leis de direitos autorais. Esses, sim, irão compor a grande massa de conteúdo digitalizado disponível na internet. Entretanto é preciso considerar que a legibilidade dos suportes muito antigos é perturbadoramente variável, o que por certo trará diversos problemas para a digitalização de seus conteúdos.
É, justamente nesse ponto que o ReCaptcha se mostra verdadeiramente necessário nesse processo da digitalização de conteúdos. Isso se deve pelo fato de que inúmeras instituições – públicas e privadas – se depararam com essa nova demanda e com todas as especificidades que estas em geral têm.
Por meio de um inteligente mecanismo, usuários são capazes de realizar com êxito uma determinada operação que os computadores sem ajuda humana, até o momento, não são capazes de realizar. Essa etapa é melhor explicada no vídeo que se pode ver na matéria cujo link consta ao final desta página.
Tão instigante quanto essa nova demanda pela digitalização é justamente a possibilidade de se desenvolverem programas que agilizem cada vez mais tarefas desmesuradamente volumosas como essa. Além disso, ferramentas como o ReCaptcha evidenciam que a digitalização de livros e conteúdos se estabelece firmemente como uma nova necessidade que sempre existiu mas que apenas nos dias de hoje nos vislumbra uma real possibilidade de satisfazê-la.
A necessidade de se publicar trabalhos científicos rigorosamente criticados por pares em grandes quantidades é hoje um consenso no mundo acadêmico – ao menos, é um consenso a cuja métrica todos os que desejam permanecer ativos na vida intelectual universitária precisam se adaptar. Poucos, entretanto, têm se aventurado a interrogar o sentido que a expressão “crítica por pares“, ou mesmo o termo “publicar“, adquiriram nos dias de hoje. As publicações acadêmicas continuam a seguir a lógica do mundo impresso – quando não na sua forma física, ao menos na sua metodologia.
Nesse contexto, a editora Media Commons Press – Open scholarship in open formats (parte do projeto mais amplo Media Commons) aparece como um sopro de inovação. Iniciada em 2007 pela pesquisadora norte-americana Kathleen Fitzpatrick, da Universidade de Nova York, a editora se propõe a publicar trabalhos acadêmicos em formato inteiramente aberto à leitura e à contribuição crítica de comentaristas registrados – um “peer-review” colaborativo em linha.
Um caminho extremamente interessante para se conhecer o conceito da editora é ler, na plataforma, seu livro inaugural – “Planned Obsolescence: Publishing, Technology, and the Future of the Academy“, da própria FItzpatrick, que discute os desafios dos formatos atuais de publicação acadêmica e propõe novos formatos e conceitos para a difusão do trabalho científico. Propõe, e executa – a leitura do texto, na plataforma colaborativa, é de fato uma experiência extremamente interessante, uma ‘meta-leitura’, na qual o assunto debatido no livro vai sendo instantaneamente atuado conforme os nossos olhos progridem pela tela.
“Planned Obsolescence” toca diversos temas muito interessantes, que renderiam vários posts e conversas. Aqui destacamos uma propriedade singular do livro: sua avaliação crítica da metodologia tradicional da publicação acadêmica não se limita ao já cansativo debate “papel versus tela”. Ao contrário, a autora pinça, na diferença entre as duas formas de publicação, aquilo que é de fato o mais importante (e que poucos percebem): a publicação digital pode prescindir de intermediários, colocando o autor em contato direto com o leitor – e, no caso do texto acadêmico, também com o revisor crítico. As novas formas de construção de texto possibilitadas por essa propriedade são ainda inexploradas, e o projeto Media Commons Press é um caminho de vanguarda muito interessante nesse sentido.
Crédito: Naqsh- e Rostam I – Dynamosquito – Flickr 17 de dezembro de 2008
Como em tantas outras áreas científicas, o campo de Humanidades Digitais também carece de uma padronização em sua terminologia. É relevante pontuar este aspecto pois o debate Maximising the use of public data – should research and publicly acquired data be made more accessible? ocorrido em 10 de julho na Royal Society sobre o tema Open Data, trouxe à tona um novo termo e um novo conceito, ainda que isso soe demasiadamente clichê.
Como não poderia deixar de ser, esse evento discute um tema em evidência: a disponibilidade de dados. Citando Geoffrey Boulton, Professor Emérito da Universidade de Edinburgo, no evento, é importante que os dados sejam “acessíveis, ‘assessáveis’, inteligíveis e reutilizáveis”, só assim os dados estarão realmente disponíveis, na mais genuína acepção do vocábulo.
O termo novo citado no primeiro parágrafo seria open inovation ‘inovação aberta’ como o quinto paradigma das Humanidades Digitais. É muito importante pontuar que por “abertura” entende-se uma abrangente disponibilidade, que por sua vez não ameaça o método científico e/ou a ciência.
Seguindo diferentes problemáticas no universo da acessibilidade de dados, as palestras abordam diferentes temas, dentre eles, quais os impactos que os dados causam no fazer científico; como a questão da ética se mostra basilar em se tratando de dados sobre um indivíduo em especial e sobre dados em geral de uma determinada área da ciência; a maneira como se lida com os dados nos dias de hoje; os dados podem ser usados em toda a sua potencialidade apenas quando são inteligíveis; que as fronteiras na área de Humanidades Digitais são fluidas; pois não se trata apenas dos dados em si, mas antes, da real possibilidade de se ter acesso a eles e de utilizá-los efetivamente.
Ao ouvir as falas e ao ler as apresentações em slide do blog de Simon Tanner (http://simon-tanner.blogspot.co.uk), fica evidente, como os próprios palestrantes evidenciam em vários pontos de suas respectivas falas, o foco da discussão não são os dados em si, mas sim a licença e/ou permissão para se utilizá-los, ou seja, é possível pensar que toda a questão orbita no direito de propriedade.
Um último aspecto, polêmico, a destacar, abordado por Simon Tanner em seu post é: como proceder para manter e sustentar permanentemente a efetiva disponibilidade dos dados; ele muito acertadamente pontua que alguns palestrantes não entraram no mérito da questão e outros o fizeram superficialmente.
Crédito: Steve Juvertson Flickr 13 de fevereiro de 2009
A Área de Línguas Indígenas e o Centro Ángel Rama da FFLCH-USP convida a todos para o I SEMINÁRIO ‘O TUPI ANTIGO E AS LÍNGUAS GERAIS NA FORMAÇÃO DA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA’, a acontecer nos dias 27 e 28 de junho.
O Dia das Humanidades Digitais em Português e Espanhol foi um sucesso, com 97 blogues e 144 membros cadastrados. Em breve a plataforma será fechada, e os blogues participantes serão reorganizados e recompilados. Assim, os organizadores pretendem começar um debate em torno da pergunta que impulsionou a iniciativa: “o que é que fazem, efetivamente, os ‘Humanistas Digitais’ ?“.
Enquanto isso… Convidamos a todos para visitar nosso blog na plataforma. Optamos por compor um blog-diário, simplesmente postando sobre o que estávamos fazendo a cada período do dia – e tiramos algumas fotos! Pensamos assim ter formado um retrato do nosso cotidiano de pesquisas… Visite-nos! Em http://dhd2013.filos.unam.mx/humanidadesdigitaisusp/
Jornadas Filipinas Universidade de São Paulo, 10 a 17 de junho de 2013
“O Programa de Pós-Graduação em História Social, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), promove em junho as Jornadas Filipinas. O evento é composto por três seminários, nos dias 10,12 e 14 de junho, que ocorrem no prédio da História e Geografia da USP, e de uma jornada, no dia 17 de junho, no Auditório István Jancsó da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, também na USP. Entre outras atividades, consta da programação a mesa-redonda “Uma agenda para os estudos filipinos”, coordenada pelo historiador Fernando Novais (USP), da qual participarão Stuart B. Schwartz (Yale University), Fernando Bouza-Alvares (Universidad Complutense de Madrid) e Ronaldo Vainfas (Universidade Federal Fluminense)”. Leia mais na Agência Fapesp, http://agencia.fapesp.br/17326
10 de junho de 2013 será o Dia das Humanidades Digitais. Convidamos a todos os colaboradores e amigos deste Grupo de Pesquisas a participar deste projeto de publicação coletiva, destacando que, pela primeira vez, este projeto que teve início em 2009 tem sua versão em Português e em Espanhol!
O evento pretende reunir pessoas de todo o mundo que falem ou trabalhem primordialmente nos idiomas espanhol e português, para através de texto e imagem registar os eventos e atividades de um dia de trabalho.
O objetivo do projeto é cruzar num único local os labores de todos os participantes, deste modo elaborando um recurso digital com o qual se possa responder à questão: O que é que os humanistas digitais efetivamente fazem?
Como participar?
Durante o Dia, os participantes podem partilhar as suas atividades de trabalho cotidianas através de texto escrito e fotografias que se publicarão numa plataforma digital de acesso livre. No seu conjunto, estas narrativas individuais irão ajudar-nos a identificar uma comunidade de humanistas digitais. Para participar basta registar-se em http://dhd2013.filos.unam.mx , e no dia 10 de Junho de 2013 documentar o teu trabalho diário. É tudo!
Como sei que sou um humanista digital?
As Humanidades Digitais são uma área de investigação, criação e ensino que se ocupa da interacção entre as disciplinas humanísticas e as tecnologias digitais. Abarca uma ampla gama de temas, como sejam o desenvolvimento de colecções digitais, de livros eletrônicos, de arquivos e museus digitais, passando pela pesquisa em grandes volumes de texto, pela elaboração de bases de dados culturais, pela visualização e pela criação de ferramentas digitais destinadas à Linguística, à História, à Arqueologia, à Antropologia, entre outras, incorporando materiais digitalizados ou produzidos originalmente em formato digital.
A nossa proposta sobre o que é um humanista digital pretende ser o mais inclusiva possível, pelo que não há restrições. Se está interessado, participe!
Mais informações
Na plataforma que abrigará o evento, em http://dhd2013.filos.unam.mx, há informações detalhadas sobre o projeto. Voltaremos também ao assunto neste blog nas próximas semanas. Fique à vontade também para enviar sua pergunta no formulário de comentários deste post!
“Dar visibilidade ao acervo digitalizado da Funarte, criando conteúdos que contextualizem, valorizem e reflitam sobre o que está sob a guarda da instituição – alargando nossa visão sobre a produção cultural brasileira e valorizando nossa memória – são alguns dos objetivos do Portal das Artes, nesta área inteiramente dedicada ao Projeto Brasil Memória das Artes, de digitalização e difusão de acervo.”
“E se pudesse ver conteúdos extra e multimédia enquanto folheia o seu livro de papel? Uma equipa da Universidade do Minho criou um projeto inovador que faz essa fusão entre o livro eletrónico e o livro físico. O projeto ‘Bridging Book’ vai ser exibido na maior conferência internacional da área, a CHI 2013, que decorre na próxima semana em Paris.” (http://boasnoticias.sapo.pt/noticias_UMinho-faz-a-fus%C3%A3o-entre-ebook-e-livro-f%C3%ADsico_15455.html – acesso em 03/maio/2013)
“No dia 18 de abril será lançada a Digital Public Library of America (DPLA), um projeto que tem como objetivo disponibilizar os acervos de arquivos, bibliotecas e museus dos Estados Unidos da América para todo o mundo. Leia abaixo a tradução do artigo que Robert Darnton publicou na New York Review of Books. Temos autorização para mantê-lo on-line em nosso site até o dia 28 de abril.” – Leia mais no site daBrasiliana USP ; acesse aqui a DPLA – http://dp.la/