O documentário La educación prohibida estreia hoje em Buenos Aires e em todos os lugares do mundo, pelo site http://www.educacionprohibida.com. O filme, que integra mais de 90 entrevistas com educadores, oferece um questionamento da lógica da escolarização atual e mostra iniciativas educacionais inovadoras em 45 países.
No site do projeto, a primeira tela do filme anuncia: “É permitida e incentivada a cópia, modificação, tradução e exibição pública deste filme, desde que não exista finalidade de lucro (…) – Copyleft: A cultura se protege compartilhando“. O documentário foi idealizado por jovens estudantes argentinos e co-produzido por 704 doadores, pelo sistema de Financiamento Coletivo ou Crowdfunding, ou seja, pela contribuição espontânea feita por internet.
O projeto Educación Prohibida é emblemático da nova lógica de produção, distribuição e divulgação da cultura no meio digital.
Numa ponta, o financiamento coletivo dá ao debate sobre o “problema do direito autoral na internet” uma feição inteiramente nova, pois fragiliza a ideia da autoria como uma propriedade nos moldes industriais, e fortalece a ideia da autoria socialmente construída. A noção do copyleft completa essa subversão na outra ponta do “processo de produção”: ao permitir e incentivar o livre acesso e a livre distribuição do produto da autoria socialmente construída, abre-o para um amplo círculo de fruição (aqui talvez não caiba a palavra consumo – pois nada se compra…). E ao permitir e incentivar a modificação desse produto, abre-o de fato a novos círculos de intervenção autoral.
“Produto”, aqui, toma um sentido inteiramente novo.
E agora já é até possível realizar crowdfunding dentro do Facebook, através do aplicativo Mobilize: http://www.mobilizefb.com 😉
Republicou isso em Maria Clara Paixão de Sousa.