TV Folha:
“Amazon vai precisar se adaptar ao mercado brasileiro, diz dono da Livraria Cultura”
Com o intuito de apresentar possíveis fontes relevantes aos nossos interesses de pesquisa, trazemos aqui o vídeo da entrevista realizada pela TV Folha com Pedro Herz, dono da Livraria Cultura.
A entrevista aponta uma questão muito importante para a pesquisa acadêmica em geral: como e onde serão adquiridos materiais e itens de referências bibliográficas de diversos cursos de graduação e de pós-graduação?
Mais do que apenas uma questão meramente comercial, um desdobramento marcante parece se delinear, pois, ao que parece, as últimas e mais recentes evidências indicam que não caberá somente às livrarias o papel de distribuir o conteúdo, até então hegemonicamente representado pelo impresso.
Uma forte tendência em diversos textos sobre o tema ‘Humanidades Digitias’ é a dissociação entre o conteúdo e o suporte. Antigamente haveria uma preocupação por parte de livreiros, editores, professores e alunos em adquirir, sobretudo, livros para vender, editar, ensinar e aprender, no entanto, com a nova contingência surgida com o advento dos leitores eletrônicos é possível identificar uma dissociação entre o suporte e o conteúdo. Tal dissociação ocorre de maneira tão intensa que se fala que os leitores (generalizando todos os interessados em uma só categoria) procurarão apenas o conteúdo, sendo o suporte em certa medida preterido. Evidências inegáveis apontam também para o debate em torno da questão dos direitos autorais e de posse sobre determinados conteúdos.
Este vídeo, de curta duração, possui uma frase que constitui um verdadeiro paradigma para essa discussão em torno da dissociação, no campo das Humanidades Digitais: “A livraria vai vender conteúdo. O leitor escolhe a mídia”. É importante analisar o contexto no qual essa frase se encaixa: livrarias comercializariam conteúdo em um ambiente praticamente dominado por mídias digitais – este seria um plausível cenário já que as versões impressas da Enciclopédia Britânica e do jornal The New York Times não mais existem. Nesse ponto cabe uma pequena reflexão: até que ponto conteúdo e suporte/mídia podem se dissociar, até que ponto não são justamente projetados para funcionar em conjunto/codependência?
Exemplos não faltam e o foco não é elencá-los, mas sim pensar em como se realiza efetivamente a circulação desse conteúdo no ambiente digital. As livrarias, as bibliotecas, as bibliografias ilustram apenas um dos planos em que tal circulação pode ocorrer.
Gostei do texto! Nao vi a entrevista. Mas essa questao de conteudo e suporte eh aonde toca a conservacao tb. Por que conservamos afinal? e as humanidades digitais trazem muitas questoes para a area, que precisam ser refletidas e discutidas!
Bacana!